
O espetáculo Produto Perecível Laico concebido e dirigido por Sandro Borelli abriga a poética do catarinense Cruz e Souza, considerado o mestre do simbolismo brasileiro. Por ser negro o poeta não obteve reconhecimento em vida, sofrendo duras humilhações e perseguições raciais. Faleceu no ano de 1898, aos 36 anos de idade, vítima da tuberculose, da pobreza e, principalmente, do racismo e da incompreensão.
Sua obra só foi reconhecida muitos anos após a sua morte. Sua poesia fala da finitude, da dureza de conviver com a angústia da perda, da solidão e da noite. Em cena não há personagens, mas sentimentos, signos e dor contidos nos corpos que se movimentam no palco, buscando evocar no ambiente cênico, a sensação de um grito sufocado, doloroso e amargurado.
Em cena não há personagens, mas sentimentos, signos e dores contidos nos corpos que transitam no ambiente cênico, buscando evocar a sensação do grito sufocado, doloroso e amargurado. Dentro dessa proposta, produz resultados estéticos em que a certeza é substituída pela recusa de soluções lineares, transformando o gesto e o movimento não em narrativas, mas em signos estruturalmente prisioneiros da ambiguidade. Uma trágica e alucinada dança dos que morrem…
Estreia em 29/04/2011 no Ninho Sansacroma/SP.
FICHA TÉCNICA
Intérpretes: Rafael Carrion, Renata Aspesi, Pina Cruz, Pietro Morgado e Paco Vasconcelos
Direção Geral, Concepção e Coreografia: Sandro Borelli
Trilha sonora: Gustavo Domingues
Luz: Sandro Borelli
Cenografia e Figurino: O Grupo
Preparação Corporal: Sandro Borelli e Renata Aspesi
Produção Geral: Júnior Cecon
Design Gráfico: Paco Vasconcelos